Tratamento de resíduos x LIXO

Em proposta de resenha oferecida em sala de aula, tive contato com abordagens sobre descarte de lixo e me fez refletir sobre a dificuldade de lidar com algo tão valioso quanto nosso lixo que produzimos todos os dias.
Em dados coletados no site pensamento Verde (www.pensamentoverde.com.br), em 2012, o Brasil fechou o ano produzindo 64 milhões de toneladas de lixo, onde, 24 milhões deste lixo descartados de forma inadequada, gerando poluição, ou ainda, desperdiçando seu verdadeiro valor. Efetuei uma pesquisa mais recente e após a criação da ANCAT(Associação Nacional dos Catadores) entre 2017 e 2018, 152.000 toneladas de resíduos foram transformados em material reciclado e revendidos, gerando um ganho de 70 milhões de reais, com lixo, devidamente descartado.
Devemos pensar então que houve uma mudança na preocupação deste assunto nos últimos anos, uma vez que somos o 4° maior produtor de lixo do mundo, mas ainda estamos correndo pra transformar esse lixo em material reciclado.
Temos um problema social: Por falta de uma preocupação com o assunto décadas atrás, criou-se a cultura dos lixões. Pra quem não sabe, um lixão, era onde todo o lixo de uma cidade ia para ser degradado ao ar livre, sem qualquer tratamento. Lixões abrigam uma população muito sensível e significativa de nossa sociedade, os excluídos, pessoas sem acesso a necessidades mínimas da população que sobrevivem do lixo das grandes cidades. Ha todo o tipo de pessoas, jovens, adultos e idosos, pessoas sem instrução, desesperados sem emprego que buscam um pequeno retorno com o lixo. Com o aumento da preocupação com o descarte e a destinação dos resíduos, métodos e sistemas foram criados para melhorar esse processo. Um destes processos é o aterro sanitário, que diferente do lixão, possui alguma preocupação como meio ambiente, na instalação de sistemas de impermeabilização do solo onde ocorre o descarte para a não contaminação do lençol freático, sistemas de drenagem de chorume, e sistemas de queima dos gases resultantes da decomposição orgânica. No surgimento deste conceito, determinou-se o fechamento dos lixões tradicionais o que acarretou em problemas com aquela população de excluídos que necessitam de apoio para sobreviver. Com a criação das associações de catadores, foi possível melhorar a qualidade de vida dessa população mas ainda há muito a se trabalhar a respeito pois essa camada da sociedade cresce diariamente, num pais de 13 milhões de desempregados, sobreviver do lixo, pode ser a ultima chance.
O lado poético desta analise: Abordar o tema lixão e sua população, o cinema faz com regularidade, com documentários dramáticos, mostrando a realidade de quem sequer tem acesso a cultura aos afortunados culturalmente. Em Lixo extraordinário, de Fernando Meirelles dirigido por Lucy Walker, a vida destas pessoas é retratada pelo artista plástico Vik Muniz que convive com alguns catadores do lixão de Jardim Gramacho no Rio de Janeiro, e produz uma serie de fotografias destes poucos catadores com quem se relacionou, a partir de instalações de arte criadas com material de reciclagem catadas pelos mesmos. No filme, um dos catadores é levado a Londres para assistir a um leilão de  uma das fotografias deste artista que arremata R$100.000,00 em apenas um dos quadros gerados pelos catadores. Foi doada grande quantia de toda arrecadação gerada pelas obras de arte que foi possível a implementação de tecnologia e ampliação da associação de Gramacho, o que melhorou a vida de uma pequena parcela desta população, mas ainda é pouco. Hoje ainda milhares de catadores sobrevivem nestes aterros, em busca de um pequeno sustento. Deveríamos refletir quanto ao descarte despreocupado de resíduos sim, mas, mais importante que o cuidado com o descarte esta em cuidar de nossa população, não fingir que eles não existem, quando estamos no meio do bloco de carnaval, por exemplo, enquanto muitos curtem a festa, consumindo bebidas, existem aqueles, que passam abaixados, entre as pessoas, catando latinhas, essas pessoas precisam de assistência, acesso a necessidades mínimas que as camadas mais favorecidas preferem ignorá-las.
Como foi citado, a reciclagem cuida do meio ambiente, movimenta uma indústria milionária, gera empregos, mas ainda é pouco…

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